O Queijo e o Vinho

Nos tempos em que achava ser fino beber vinho, principalmente o tinto, a prática era emparelhar o queijo com o tinto. E para não fugir à moda, ao que se fazia na altura, também comia queijo e bebia vinho tinto. Digamos que era mais uma estratégia para me imiscuir no meio, ser aceite e fingir que percebia do assunto. Se calhar, até elogiei a combinação ou publiquei fotos, naquele lugar onde vamos, todos, bisbilhotar. Digamos que não foram momentos sentidos.

Olhem, experimentem o vinho. Não conhecia. Gostei. Estava bem balanceado, era fresco e untuoso. E acima de tudo, deu prazer, que é o que (me) importa. Voltaria a comprar.
Assumo, agora, que nunca gostei (muito) de beber vinho tinto e comer queijo. Mas fazia-o. Seja qual for o queijo ou o vinho, não gostava. A boca, a minha, ficava toda meia lixada. Dir-me-ão que há certos vinhos tintos que combinam com certos queijos. É possível, mas nunca fiquei convencido, nunca consegui obter verdadeira satisfação. Nunca.


Decididamente, para mim, a aliança perfeita é com vinho branco, com ou sem estágio em madeira ou com mais ou menos idade. Desta forma, sinto paz na boca, o corpo reage de forma mais pacífica. Tudo parece encaixar muito melhor. A frescura do vinho abraça a gordura do queijo e do enchido, já agora, de uma forma quase irrepreensível. Um espumante, pela experiência que vou tendo, também não fica nada mal. Mas por favor, nunca mais me dêem queijo com vinho tinto. É preferível comê-lo uma cerveja, tipo mini.

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