O Quê? Domaine Montanet-Thoden Bourgogne Vézelay 2014

Andei a remoer se havia de espetar aqui no meu pasquim, as tradicionais fotos de um vinho que quase ninguém conhece e que eu também desconhecia. É que questiono-me, vezes sem conta, sobre a vantagem de falar de vinhaça que a maior parte da malta não faz ideia do que é ou nem sabe onde encontrar. Se juntarmos a isto o (muito) limitado número de leitores e seguidores que acompanham o que expelimos, torna a coisa ainda mais, sei lá, inútil. Dilema do caraças. Bom, pelo menos dá a ideia que bebemos umas cenas diferentes e exclusivas.


Como dá para perceber, desconhecia o produtor. Não sou daqueles gajos que conhece a literatura toda na ponta da língua sobre quem é quem, onde fazem os seus vinhos, onde estão as vinhas, que fazem assim ou assado. E dificilmente o serei. Comprei, por isso, o vinho à sorte. Foi um tiro preciso, entre outras tantas opções disponíveis. 
O vinho surpreendeu-me muito. Sem gastar uma pipa de massa (foram 16€, se não me engano), bebi algo que me encheu as medidas. Surpreendeu-me pela sua pureza, pelo seu lado cristalino, pela simbiose entre a fruta, mais ou menos gorda, e a frescura. Acidez tão bem colocada. Tudo muito bem envolvido e arrumado. Sem ser um estrondo de vinho, arrisco a dizer que é um vinho com muita personalidade, com muito carácter e com capacidade para envelhecer com muita dignidade (e melhorar muito mais). Na verdade, até o achei ainda jovem e perro. Até pareço um critico a sério. Vou seguramente comprar mais vezes.


Este vinho, para os mais curiosos, enquadra-se num conjunto de outras escolhas que tenho feito e investido, nos últimos tempos. São escolhas que se enquadram numa onda, , mais natural, menos intervencionista, mais free. E posso dizer-vos que ando profundamente satisfeito. Agora, não me perguntem por nomes. A maior parte não os memorizei. 

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