Quinta do Cerrado: Outros Tempos

Pois é! Pois é! Não estava à espera e nem sequer passou pela cabeça que poderia ter este vinho à minha frente. Na verdade, com a idade, dou comigo cada vez mais calado e ou em silêncio, quando tenho um copo com qualquer coisa que não faço ideia o que é ou que seja. As dúvidas são, agora, muito mais. A idade em vez de ajudar a limpar a visão, tem feito precisamente o contrário.


O que vos digo é que este vinho surpreendeu pelo equilíbrio, pela suavidade dos sabores, por se deixar beber com prazer. Não sendo um vinho de culto, nunca o foi, atrevo-me a dizer que foi quase o rei do momento. Quase, não tivesse a seu lado outro que o suplantou. Mas ainda assim, segurou-se no copo, sem morrer, sem decair, sem esmorecer durante longos períodos. 


Vingou pela enorme elegância que tinha, pela graciosidade que mostrou. Deixava-se beber, sem complicar. E isto é o melhor elogio que se pode fazer a um vinho.

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