Com Rótulo, sem Rótulo: Importa antes de tudo o Vinho!

A homilia de hoje não tem como objectivo idolatrar a ausência do rótulo ou a prova cega que é endeusada ciclicamente, achando que é a única maneira de separar o trigo do joio. Curiosamente o joio é, na maior parte das vezes, considerado comestível, ao coberto de tais actividades honestamente cegas. Atrevo-me a dizer que serve para umas coisas, não servirá para outras. Varia consoante a perspectiva. Lá está a perspectiva. Serve, preferencialmente, se o vinho está dentro da fronteira daquilo que achamos ou pensamos gostar mais. 


Independentemente de tudo isso, há vinhos que dispensam o rótulo. Dispensam, porque o conteúdo, o carácter que possuem é incomensuravelmente maior do que qualquer rabisco decorativo que possam vir a ter. Atrevo-me a dizer que prescindem da vestimenta por completo. Quase que seria um acto de arrojo comercial, vender um vinho despojado de toda ou qualquer farpela, tal Adão e Eva. 


Estaríamos a sentir apenas o que ele é, sem qualquer distracção pela frente. Naturalmente, e sem qualquer problema, assumo que, neste caso, o quase vi nascer, conheço o seu nome e o rótulo virtual. Que ao fim ao cabo, conheço tudo sobre ele, logo não estou despido de qualquer parcialidade. Mas também não quero. O paralelismo com a relação humana é, por isso, dramaticamente muito semelhante.   

Comentários

Anónimo disse…
Também acho que sim.

Todo o vinho devia ser vendido em cubos de cartão sem rotulo. Só variava o preço deles.

Assim ninguém bebia rótulos.

E de certeza que a economia de mercado iria funcionar, não sei para quem, mas iria funcionar de certeza.
Anónimo disse…
Mas esse tem rótulo. Podia ter escolhido uma imagem melhor. Esse deve ser uma amostra da Casa da Passarela. Pelo menos a rolha é.

Adriano
Pingas no Copo disse…
Anónimo Adriano, desfoquei a foto de propósito. Gostei disto assim. Não gostou? Caramba!
E não é amostra. Acha que alguém quer amostrar vinhos aqui. ;)