Fugitivos: Somos todos!

Prólogo 

O que importa, acima de tudo, é registar o momento. É publico que segui durante algum tempo o renascer da Casa da Passarella. Nunca o escondi. Acompanhei, com emoção, os (primeiros) passos que foram feitos para levantar todas as pedras caídas, tombadas, para reparar todas as tábuas mal tratadas. Prestei atenção, em silêncio, aos desejos, à ambição, aos sonhos de homens e mulheres que por lá trabalharam e ainda trabalham.



A história, como todos sabemos, tem inúmeras voltas, caminha por diversos trilhos, torna-nos, por vezes, em fugitivos de tudo e de nós próprios. Fugitivos de uma vida, de um passado, de um presente e de um futuro, que fingimos não querer ver. Negamos até às últimas, um pouco como Pedro fez no dia que em Jesus foi preso. As evidências, elas, estão aí. Basta focar-nos.


Os Fugitivos transportam, consigo, uma áurea de romantismo, de vagabundo, que nos apaixona, que nos encanta. São Fugitivos e como tal, difíceis de encontrar. Andam por aí. Umas vezes aqui, outras vezes ali. São apanhados de relance. Criam-se lendas em redor deles. Tornam-se em histórias de encantar crianças, histórias para embalar naquelas noites mais turbulentas. Em histórias de sonhos.



Fugitivos somos todos nós. Fugimos do que somos e do que não somos. Fugitivos de uma vida que não queremos, mas que não largamos, que fatalmente amamos e que, ao fim ao cabo, queremos que seja, vejam lá, eterna. 

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