Quinta dos Roques: Encruzado

Este, entre tantos, é mais um daqueles que foi arredado para o lado, por causa da febre dos novos nomes, das novas referências, das novas colheitas. Pertencerá, digo eu, ao grupo dos clássicos que parece ter sido posto na prateleira dos fundos. Absurdo, pois foi e é um nome que representa qualidade para a região e para o país. 


E fica-se estupefacto quando se volta novamente a beber, a provar, a sentir o vinho. Com mais vergonha e embaraço se fica. E por voltas e mais voltas que se dê, não se vislumbra qualquer razão para tal abandono. O vinho continua em alta.


Mostra-se tenso, fresco, saudavelmente ameno e equilibrado. É, acima de tudo, um encruzado simbiótico, que consegue conciliar, sem conflitos, formas e olhares distintos de ver a coisa


Depois, sugere ter (muita) apetência para crescer, amadurecer, envelhecer com estilo. Por agora, está naturalmente imberbe, irrequieto, nervoso, mas cumpriu na integra a função que todo o vinho deve ter: Ser bebido até ao derradeiro sinal da sua presença. Um clássico!

Post Scriptum: O Vinho foi oferecido pelo Produtor.

Comentários

L. disse…
dos 3 brancos monocasta que conheço dos roques para mim é o melhor... mas sou parcial, entre encruzados, marvasias e verdelhos acho que nunca conseguirei pensar de outra forma.
Anónimo disse…
Grande ordinarice de rótulo, a maneira de marcar o ano.
Pingus Vinicus disse…
Estimado Anónimo, por culpa minha pois não referi, queria dizer-lhe que o rótulo não é definitivo. É simplesmente uma amostra.

De qualquer maneira, noto que tem um olhar de precisão, capaz de reparar em todos os pormenores.

Participe sempre que será sempre bem vindo!