O Dão, o Campolargo e as Iscas

Estou, aqui, sem saber muito bem o que traulitar na tela. Tenho qualquer coisa para dizer, mas francamente não sei bem o quê. Qualquer coisa. Sinto-me como aquela senhora, vestida de amarelo vistoso, que delicadamente diz ao seu educadíssimo motorista que lhe apetecia algo, sem conseguir enumerar o quê. Qualquer coisa.


Como não surge nada com interesse, encolhem-se os ombros e abri, pois então, uma garrafa de vinho que o tempo mau assim pedia. Talvez, ainda, consiga irromper algum dito licencioso.


E por que o corpo não vive só de vinho, que perdoem os puristas da coisa, que se engulam umas iscas, bem puxadas, banhadas por um molho guloso, certamente proibido e amaldiçoado pelos arautos das dietas ditatoriais. A comida portuguesa, aquela típica, rústica e sem rococós técnicos e visuais não se compadece com tais correntes.


E por que as iscas, precisam de algo mais, só para aparelhar, juntemos um cremoso arroz de grelos feito pela avó de uma moçoila bem crescida e vivida.


Ó caramba e não escrevi nada sobre o vinho. Que sortilégio! Que se papagueiem, então, umas palavras: Típico vinho de refeição, portuguesa, pois então. Vinho tinto que parecia conhecer, há muito, os outros pares dançantes da mesa. Carregado de cor, mas fresco de sabor e cheiro.


E no dia que encerra a semana, assim se comeu, se bebeu e assim se ficou: felizmente empanturrado. Bom fim de semana.


Comentários

Anónimo disse…
iscas não dá. troco por umas bochechas.