Krohn (Porto) Colheita 1968

Eventualmente estarei a repetir-me em palavras, em comparações. O risco em cair nos mesmos termos é, evidentemente, muito grande. Depois de umas intrépidas rodadas por entre vinhos do Porto e vinhos da Madeira, o que ocorre à cabeça é muito parecido. Qualidade elevada.


Quando estavam no copo, era provocado, picado, para tentar adivinhar o que boiava dentro do recipiente (todos eles foram servidos, numa primeira fase, às cegas). Um jogo giro. Uns mais secos, outros menos secos. Uns com frutos secos, outros com citrinos. Em certos momentos, cheirava e saboreava café, canela e caramelo. Outras vezes saltavam à vista sensações de verniz, de encerados, de iodo ou éter. No fim, ficava com a enorme satisfação de ter conhecido mais um belo vinho português.

Este Krohn 1968 pertence à família dos Portos Colheita e foi guardado em madeira durante uns largos anos. A cor dele estava carregada de brilho intenso. Vagueava por entre tonalidades amarelo torrado, laranja e castanho.
Aqui os aromas eram secos, sugerindo quase sempre frutos secos. A panóplia era grande: Avelãs, amêndoas, nozes e cajus. Figos. A casca de laranja caramelizada, dava-lhe um pequeno toque citrino. Um leve fio de canela em pó entrelaçava tudo. A complexidade era mais que suficiente para deixar-me quase sem argumentos e colocar-me no devido lugar.
O sabor, correndo novamente riscos, era cheio de torrados, com uma pequena ponta doce a envolver tudo. Acidez tornava-o fresco, muito fresco. Saboroso, intenso. Pela língua sentia-se muita coisa. Nota Pessoal: 17

Post Scriptum:
Eng
arrafado em 2007

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